Campeonato Paulista – 1944

O Campeonato Paulista de 1944 foi composto por 11 equipes e disputado no sistema de pontos corridos, em turno e returno. O Verdão fez uma campanha recheada de boas participações, com destaque para as vitórias diante do Corinthians (4×1) e do Santos (2×1), além das goleadas diante da Portuguesa (5×1) e do Comercial de São Paulo (5×1). No antepenúltimo jogo do certame, contra o São Paulo, que era um dos adversários diretos na briga pelo título, uma polêmica: o rival defendeu a tese de que Dacunto, por ter sido excluído da partida anterior contra o Juventus (na época não havia cartão vermelho), não poderia mais atuar na competição. Embora o caso não constasse no regulamento, instaurou-se um Tribunal de Penas Desportivas, que decidiu suspender o craque argentino por conta da pressão de bastidores exercida pelos são-paulinos.

Com a ausência de Dacunto, o jovem atacante Waldemar Fiume, oriundo da base do clube – mais tarde se consolidaria em funções defensivas, vindo a se tornar um dos maiores ídolos da história alviverde –, foi o escolhido para atuar no meio e não decepcionou: o Palmeiras acabou vencendo por 3 a 1 (dois gols de Caxambu e um de Villadoniga; Pardal descontou) e tirou o São Paulo do páreo, colocando uma mão na taça. Na comemoração, a torcida palmeirense deixou o Pacaembu cantando “Com Dacunto ou sem Dacunto, eu ganho! Com Dacunto ou sem Dacuto, o São Paulo é defunto!”. Era uma paródia da marcha carnavalesca “Eu brinco”, composta por Pedro Caetano e Claudionor Cruz naquele mesmo ano, cuja letra original dizia: “Com pandeiro ou sem pandeiro, eeê, eu brinco”.

A disputa pelo caneco perdurou até a última rodada. Após despachar o São Paulo, o Palmeiras ainda teria dois jogos pela frente: contra o Jabaquara e contra o Santos. Com duas vitórias nos seus compromissos seguintes, por 2 a 0 (gols de Villadoniga e Dacunto) e 1 a 0 (gol de González), respectivamente, o Palmeiras consumou o título – o triunfo na Vila Belmiro impediu que o Corinthians, naquele momento único que ainda poderia alcançar o Verdão, se mantivesse na briga (os palmeirenses tinham dois pontos de vantagem sobre os corintianos antes da vitória sobre os santistas; em caso de derrota alviverde e vitória do Corinthians sobre o São Paulo dias depois, seria necessário um Derby de desempate).

Campanha:
Jogos: 20 (15 vitórias, 2 empates e 3 derrotas)
Gols marcados: 50
Gols sofridos: 19

Jogo decisivo:
Palmeiras 1×0 Santos
Campeonato Paulista de 1944 (20ª rodada)
08/10/1944
Estádio da Vila Belmiro. Santos-SP
Árbitro: João Etzel (SP)
Palmeiras: Oberdan; Caieira e Osvaldo; Og Moreira, Dacunto e Gengo; Gonzalez, Villadoniga, Caxambu, Lima e Jorginho. Técnico: Bianco e Ventura Cambon
Santos: Joel; Jaú e Gradin; Nenê, Albertinho e Antero; Claudio, Antoninho, Otacilio, Eunapio e Motinha. Técnico: Jorge de Lima.
Gols: Gonzalez (12’ do 1ºT-PAL)